TXV(*) - 16/outubro/2020
McKissack & McKissack forneceram serviços de gerenciamento de construção para o Pavilhão de Novos Pacientes do Harlem Hospital Center. No destaque: Deryl Mckissack.
Em um campo dominado por homens, uma mulher negra emergiu como uma figura elevada e seu talento está sendo materializado em todos os Estados Unidos. Deryl Mckissack, formada em engenheira civil , dirige um dos escritórios de arquitetura de propriedade de negros, um dos mais bem-sucedidos do país: McKissack & McKissack.
O McKissack & McKissack surgiu a partir do trisavô de Deryl, Moses McKissack, que foi trazido para os EUA como escravo vindo do Gana, na África Ocidental. Moisés aprendeu a arte de construir como um homem escravizado com seu supervisor e transmitiu a arte para as gerações posteriores a ele em sua família, depois que ele ganhou sua liberdade, estabelecendo as bases para o que se tornaria a primeira empresa de arquitetura de propriedade de negros nos anos 1900.
O avô de Deryl foi o primeiro negro arquiteto licenciado do Tennessee, e mais tarde seu pai. A McKissack & McKissack cresceu e se tornou numa companhia "feroz", reconhecida no país, empregando mais de 140 pessoas e estabelecido em seis estados dos EUA.
O conhecido portfólio da empresa inclui o Centro Presidencial Obama, o Museu Nacional de História e Cultura Afro-americana, a George HW Bush Library Foundation e os memoriais de Lincoln, Thomas Jefferson e Martin Luther King Jr. Essas estruturas, sem dúvida, ajudam os norte-americanos e turistas a entender como a história e os compromissos cívicos impactam a nação.
Esses monumentos refletem as contribuições da família de Mckissack para moldar a capital dos Estados Unidos. A McKissack & McKissack, em 2019, foi selecionada pela Engineering News-Record como uma das 50 melhores empresas de gerenciamento de programas e uma das 100 melhores empresas de gerenciamento de construção.
Desde pequena, Deryl sabia que a engenharia civil faria parte da sua vida. Aos 6 anos, ela e sua irmã gêmea haviam aprendido a desenhar e, aos 13, seu pai estava usando os desenhos delas. “Eu nunca quis fazer outra coisa senão o que estou fazendo”, disse ela à Fox43.com . “Nunca pensei em me desviar. ” De todos os seus projetos significativos, a conquista do contrato para construir o Museu Nacional de História e Cultura Afro-americana foi uma “joia da coroa” para ela. “Há tantas coisas que os afro-americanos fizeram por este país e contribuíram para ele que foram perdidas”, disse Mckissack. “Ele continua capturando as histórias e tantas partes de nossa história que foram removidas injustamente. Então, por nós fazermos parte disso, tenho certeza que meus ancestrais estão super felizes.”
Ela continua: “Somos o escritório de arquitetura afro-americano mais antigo do país. Pensei em como meus ancestrais se sentiriam sabendo que eu trabalhariam no National Mall. ” Ela sabia que o terreno era difícil para as minorias, incluindo mulheres. De acordo com as estatísticas do Bureau de trabalho dos Estados Unidos, os negros são sub-representados na arquitetura, engenharia e construção. Mas isso não a impediu de seguir o caminho das gerações anteriores.
“Quando comecei a McKissack & McKissack”, diz ela, "era difícil para as minorias, quanto mais para uma mulher negra, serem ouvidas como membros da equipe de outra pessoa”. E acrescenta: “Então, quando decidi sair por conta própria, tive que descobrir como para entrar na sala, encontrar clientes em potencial e estabelecer relacionamentos fortes que levariam a novas oportunidades de negócios, porque as pessoas geralmente contratam quem elas conhecem. ”
Ela sua irmã foram para a Universidade de Harvard, onde ela se formou em engenharia. Seu primeiro trabalho foi avaliar estudos de seguro contra inundações para Dames & Moore, mas logo percebeu que não era algo que ela queria fazer. Ela queria estar em campo, gerenciando projetos de construção e não ficar sentada atrás de uma mesa em um escritório o dia todo.
Mais tarde, ela foi recrutada pela Universidade de Harvard para gerenciar instalações por quase dois anos. Ela decidiu abrir sua própria empresa após estar no mundo corporativo por mais de quatro anos. Também foi em parte porque ela sentiu que sua voz não estava sendo ouvida.
Com apenas US $ 1.000, ela abriu sua própria empresa, chamada McKissack & McKissack, de Washington, em 1990. “Usei o nome da família para minha empresa porque o nome era conhecido pela arquitetura em todo o país”, disse Mckissack. “Meu negócio foi iniciado com minha própria paixão interna para construir um negócio sozinho. Já tinha trabalhado para outras empresas e queria ver se conseguia ter sucesso na construção da empresa certa. ”
Um dos desafios para ela continua sendo a única negra na sala ou à mesa. Depois, há o julgamento constante de sua competência. “Por exemplo, fizemos um grande trabalho em pontos de referência e nos museus mais populares do país. Eles estão todos no National Mall. E como a McKissack & McKissack é chefiada por uma mulher negra, ainda somos questionados sobre nossas capacidades quando procuramos trabalhos grandes.
“Sinto que grande parte da indústria está sempre procurando que cometamos um erro, então estamos presos a um padrão quase impossível - desempenho impecável e excelente. Mas a maioria das empresas comete erros o tempo todo; eles até falham. Mas se eu cometer um erro, sinto que estou prejudicando todas as mulheres e empresas pertencentes a minorias que vêm atrás de mim ”, disse ela à Blackbusiness.
Além disso, vários bancos a recusaram devido aos antecedentes de sua empresa. “Finalmente, um banco apareceu, mas eles fizeram meu marido, que não tem nada a ver com meus negócios, vir ao banco comigo”, disse ela. “Ele não sabia absolutamente nada sobre o meu negócio. Os bancos submetem as empresas minoritárias a muito mais escrutínio para tomar muito menos dinheiro emprestado. ”
Deryl Mckissack quer que os profissionais negros não se subestimem. Ela quer que eles criem confiança e traçam um novo caminho conforme ela foi ensinada por seus ancestrais. Ela entende que teve sucesso porque não permitiu que as lutas de sua família e da raça negra a definissem.
(*) Com f2fafrica
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