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O MAIOR PRESO POLITICO DO MUNDO – NELSON MANDELA - ERA LIBERTADO HÁ 31 ANOS

TXV(*) – 11/fevereiro/2021

Depois de 27 anos de prisão, Nelson Mandela era libertado em 11 de fevereiro de 1990.

Hoje é o aniversário da libertação de Nelson Mandela, um marco para a luta contra a segregação racial e o racismo, na África do Sul e no mundo. Após passar 27 anos na prisão, o maior líder do movimento contra o Apartheid, que naquela altura era o mais famoso preso político do mundo, é posto em liberdade no dia 11 de fevereiro de 1990.


O anúncio da libertação tinha sido feita pelo então presidente da África do Sul, Frederik Willem de Klerk. O fato era um sinal de que o país estava diante de uma virada histórica.


Nelson Rolihlahla Dalibhunga Mandela nasceu em 18 de julho de 1918. Seu pai era chefe da tribo Thembu, do povo xhosa. Privilegiado em relação à maior parte da população negra, teve a oportunidade de se formar em Direito e abriu o primeiro escritório sul-africano de advocacia para negros.


Em 1964, Nelson Mandela foi condenado à prisão perpétua devido ao seu envolvimento com a luta armada contra o Apartheid. Porém, mesmo após a prisão, ele continuou a liderar a resistência contra o sistema de segregação racial.


No Apartheid, só os brancos poderiam possuir terras, circular livremente pelo território e, é claro, ter direitos políticos e votar.


O sistema que privilegiava os brancos teve início na África do Sul em 1948 e, mesmo sendo duramente criticado internacionalmente, conseguiu se sustentar por 46 anos. Desde 1910, práticas de segregação racial começaram a ser legalizadas na África do Sul, com decretos como o Native Land Act (1913), que restringiu a ocupação da população negra (cerca de 75%) a uma área equivalente a 7% do território do país.


Mas o marco para o início do Apartheid foi a vitória, em 1948, do Partido Nacional, que havia usado o slogan “Apartheid” em sua campanha. O novo governo intensificou a segregação instituindo leis tais como o “Prohibition of Mixed Marriages Act” (1949), que proibiu o casamento entre pessoas brancas e de outras raças; e o “Population Registration Act” (1950), que classificou a população em “grupos raciais”, separando até indivíduos da mesma família por terem características étnicas diferentes.


Em 1912, é fundada a principal organização política de combate ao Apartheid, o Congresso Nacional Africano (CNA). Inicialmente, o CNA promovia apenas movimentações sociais pacíficas, pedindo reformas para diminuir a desigualdade social e o fim da segregação racial.


No entanto, a organização mudou de abordagem em 1960, após uma manifestação pacífica ter sido fortemente reprimida pela polícia. O episódio, que deixou 69 mortos e mais de 100 feridos, ficou conhecido como o Massacre de Sharpeville, levou à radicalização do movimento e atraiu a indignação da comunidade internacional.


Nelson Mandela fez parte dessa fase do CNA, chegando a se tornar um dos líderes do movimento armado. Tanto o CNA quanto outros movimentos políticos anti-racistas foram postos na ilegalidade e, em 1964, Nelson Mandela foi preso e condenado à prisão perpétua.


Dez anos depois, em 1974, a luta contra a segregação começou a ganhar contornos mais definidos internacionalmente. Nesse ano, a Organização das Nações Unidas condenou o Apartheid e suspendeu a África do Sul da Assembleia Geral. Essas medidas foram pouco efetivas e não evitaram que o sistema de segregação chegasse ao ápice da repressão na segunda metade dos anos 1970.




Ainda assim, a comunidade internacional foi progressivamente aumentando as sanções econômicas à África do Sul, com o objetivo de pressionar o governo pelo fim do Apartheid. Em 1990, a economia sul africana já se encontrava bastante fragilizada quando o presidente F. De Klerk anunciou a legalização dos partidos políticos banidos e a libertação de Nelson Mandela, juntamente com centenas de outros presos políticos. Ao sair da prisão, Mandela concorreu às eleições - as primeiras nas quais a populações nativas (negras) puderam participar - e venceu, assumindo a presidência em 1994.


Quatro anos após sua libertação, o ex-preso político mandela é eleito presidente da República.

Apesar disso, as consequências dos anos de segregação ainda podem ser observadas hoje, sendo a África do Sul um dos países mais desiguais do mundo.


(*) Com agências

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