TXV(*) – 15/fevereiro/2021

Cole lutou contra o racismo durante toda a sua vida, sempre se recusando a cantar em plateias com segregação racial.
Nat King Cole é o nome artístico pelo qual ficou famoso o cantor e pianista afro-americano Nathaniel Adams Coles. Faz hoje, 15 de fevereiro, 56 anos desde que morreu vítima de câncer provocado pelo uso excessivo de cigarro. Ele é o pai da cantora Natalie Cole e tinha 46 anos quando faleceu.
O cantor aprendeu a tocar piano com a mãe na igreja onde seu pai era pastor. Desde criança ele esteve ligado à música, tocando com o coral da mesma igreja. Suas músicas românticas tinham um toque especial junto a sua voz associada ao piano, tornando-o assim um artista de grande sucesso.
Cole lutou contra o racismo durante toda a sua vida, sempre se recusando a cantar em plateias com segregação racial.
Em 1956 foi atacado no palco durante um show em Birmingham, no estado do Alabama, enquanto cantava "Little Girl". O fato foi protagonizado por três membros do Conselho de Cidadãos Brancos do Norte do Alabama que aparentemente tentavam sequestrá-lo. Embora a segurança tenha acabado rapidamente com a invasão, Cole acabou machucado nas costas. Ele não acabou o show e nunca mais se apresentou no Sul dos EUA. Os agressores foram julgados e condenados.
Em 1948 ele comprou uma casa num condomínio só de brancos nos arredores de Los Angeles. A Ku Klux Klan (KKK) - ornaização extremista que defende supremacia branca, ateou fogo numa cruz em frente à sua casa. O conselho do condomínio disse ao artista que não queria indesejáveis mudando-se para lá. Ele concordou e disse "Eu também não, se eu vir alguém indesejável se mudando pra cá, serei o primeiro a reclamar".
Em 1956 foi contratado para se apresentar em Cuba e quis ficar no Hotel Nacional de Cuba, mas não lhe foi permitido porque tinham restrição (color bar) para negros. Cole honrou seu contrato e seu show no Tropicana foi um grande sucesso. No ano seguinte voltou a Cuba para outro show, cantando várias músicas em espanhol. Hoje existe um tributo a ele na forma de um busto e uma jukebox no Hotel Nacional.
No campo da televisão, em 5 de novembro de 1956, o cantou estreou na NBC-TV o programa The Nat King Cole Show. Foi o primeiro programa deste tipo comandado por um afro-americano, causando controvérsia na época. Ficou no ar por pouco mais de um ano, mas teve de ser encerrado, por iniciativa do próprio artista, por não ter conseguido nenhum patrocínio de âmbito nacional.
Na passagem pelo Brasil, Cole apresentou-se em abril de 1959, no estádio do Maracanãzinho e no ginásio do Tijuca Tênis Clube, no Rio de Janeiro; e no antigo Teatro Paramount, em São Paulo, atualmente Teatro Renault.
Especialmente, Nat King Cole se apresentou também no Golden Room do hotel Copacabana Palace, na capital fluminense e foi convidado para um almoço com o então Presidente brasileiro da República, Juscelino Kubitschek, no Palácio das Laranjeiras. Brasília ainda nãpo existia, a capital do Brasil era Rio de Janeiro.
(*) Com agências
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