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MOÇAMBIQUE “RESSUSCITA” MERCENÁRIOS SUL-AFRICANOS DO BATALHÃO BÚFALO PARA COMBATER TERRORISTAS

  • Foto do escritor: TXV
    TXV
  • 29 de abr. de 2020
  • 3 min de leitura

N. Talapaxi S. (*) - 29/Abril/2020

Mercenários sul-africanos do Batalhão Búfalo, formado nos anos 70, durante o governo do apartheid, estão de volta. De acordo com o deputado moçambicado António Muchanga, à uma emissara local de TV, nesta semana, os mercanários sul-africanos terão sido contratados pelo governo de Moçambique para enfrentar grupos terroristas islâmicos que vêm atuando na província de Cabo Delgado, no Norte do país.

Mercenários no helicoptero, em Cabo Delgado, segundo o jornalista Joseph Hanlon. E a direita, lembranças das antigas formações do Batalhão 32.



Muchanga fez referência aos militares sul-africanos quando criticou a pouca ênfase dada à situação de Cabo Delgado, no pronunciamento que o presidente moçambicano, Filipe Nyusi, fez na segunda-feira (27/Abril) sobre os 100 dias do seu segundo mandato, que começou em 15 de Janeiro deste ano.

“O Batalhão Búfalo, que foi banido na África Austral, foi acionado, está em Cabo Delgado”, afirmou o parlamentar. “O Presidente da República precisa assumir publicamente que há guerra em Cabo Delgado”, em vez de “alugar mercenários (...) a semelhança daquilo que fizeram os russos e depois fugiram”, disse Muchanga.

A imprensa local divulgou nos primeiros dias de Abril que militares privados sul-africanos e a Força Aérea moçambicana tinham realizado ataques aéreos contra terroristas no Norte do país na mais recente tentativa de se pôr fim a insurgência armada que assola aquela região.

Um jornalista britânico, Joseph Hanlon, reconhecido pela cobertura que faz do assunto, publicou uma fotografia mostrando um dos helicópteros Gazelle supostamente usados pelos mercenários num dos ataques; a fotografia mostra um artilheiro operando um canhão montado na porta da aeronave. As informações indicam que um helicóptero daquele tipo terá sido abatido pelos insurgentes jihadistas no dia 10 de Abril.

O Batalhão Búfalofoi criado em 1975 dentro do exército sul-africano, do tempo do regime do apartheid. O grupo de infantaria interveio na guerra civil de Angola. Ficou conhecido como Batalhão 32 quando se tornou oficialmente o 32º Batalhão de elite da África do Sul. Foi desmantelado em 1993 com o fim do apartheid e seus membros passaram a integrar empresas militarizadas de segurança privada, que passaram a prestar serviços para vários governos.

MERCENÁRIOS EM MOÇAMBIQUE

Com a emergente guerra contra os terroristas no Norte do país e a aparente incapacidade das forças de segurança estatais, o governo moçambicano terá iniciado uma busca por alternativas militares.

Segundo o Warfare, blog de informações sobre armas militares em uso em todo o mundo, uma das primeiras alternativas do governo moçambicano terá sido a empresa de segurança privada Lancaster Six Group (L6G) do empresário norte-americano e ex-oficial da marinha dos Estados Unidos, Erik Dean Prince.

Com sede em Dubai, a L6G declarava-se capaz de eliminar os terroristas em três meses, em troca de uma parcela das receitas de petróleo e do gás natural. As reservas destes produtos na região se apresentam como uma grande atração do conflito bélico e de uma concorrência econômica.

Sobre os contratos de segurança em Cabo Delgado, diz o Warfare que, além da L6G, estão também os olhos das companhias militares privadas Wagner - da Rússia, e STTEP - da África do Sul, fundada em 2006 pelo ex-tenente coronel da Força de Defesa sul-africanas, da época do apartheid.

A STTEP, embora seja considerada uma empresa secreta, afirma ter no currículo contratos de operações realizadas na África, Médio Oriente, Extremo Oriente e América central. Entre os seus trabalhos está um contrato com o governo nigeriano, feito em 2015, no serviço de treinamento militar realizado para combater o grupo islâmico terrorista Boko Haram.

Os mercenários russos da Wagner deixaram Moçambique em Março depois do fracasso de uma missão. De acordo com o Daily Maverick, a Wagner terá sido substituída pela Dyck Advisory Group (DAG) da África do Sul, de propriedade do ex-coronel das forças armadas zimbabwanas, Lionel Dyck.

O o Warfare indica que os mercenários do DAG operam três helicópteros na costa norte de Cabo Delgado, entre eles o helicóptero de ataque Gazelle.

Para o deputado moçambicado António Muchanga, o Presidente da República do seu país precisa assumir que Moçambique está em guerra e pedir ajuda às forças da SADC, da União Africana e das Nações Unidas, na combate ao terrorismo em Cabo Delgado.

(*) Com agências

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