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JORNALISTAS SÃO ALVOS DE VIOLÊNCIA COM SUSPEITAS DE MORTES EM MOÇAMBIQUE

  • Foto do escritor: TXV
    TXV
  • 22 de abr. de 2020
  • 3 min de leitura

RDD (*)


As autoridades de Moçambique devem conduzir uma investigação rápida e transparente sobre o paradeiro do jornalista Ibraimo Abú Mbaruco e levar à Justiça os responsáveis ​​por seu desaparecimento, informou hoje o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ).


Em 7 de abril, Mbaruco, repórter e apresentador da Rádio Comunitária de Palma, na província de Cabo Delgado, no norte, deixou o trabalho por volta das 18:00. Logo depois, enviou uma mensagem de texto a um colega dizendo que estava "cercado por soldados", de acordo com uma declaração da seção moçambicana do Instituto de Mídia da África Austral (Media Institute of Southern Africa - MISA), grupo regional de liberdade de imprensa.


“ONDE ESTÁ IBRAIMO MBARUCO?”:



Desde então ele não foi visto, não há noticias dele. Ele não respondeu aos telefonemas ou mensagens de texto de seus colegas, segundo o MISA.


Fernando Gonçalves, presidente da seção de Moçambique do MISA, disse ao Comitê para a Proteção dos Jornalistas - CPJ, em uma entrevista por telefone que um policial, que falou com sua organização sob a condição de anonimato, contou que os soldados levaram Mbaruco para Mueda, uma cidade a cerca de 300 quilômetros de distância, para interrogatório. O CPJ não pôde verificar de forma independente essas informações.


Ha informações também, de que uma autoridade policial tenha admitido que o jornalista desaparecido poderá estar morto. Como as investigações sobre seu desaparecimento continuam, essa é só uma possibilidede. E essa possibilidade se transforma em probabilidade quando olhamos para outros aspectos e fatos envolvendo jornalistas.


O próprio Ibraimo Mbaruco também trabalhava como defensor dos direitos humanos e fazia parte da rede Sekelekani, uma organização da sociedade civil local que treina pessoas para se tornarem jornalistas cidadãos, de acordo com uma reportagem do site de notícias local Zitamar News.


Outro colaborador da Sekelekani em Palma, Roberto Abdala, não é visto desde março, segundo o mesmo texto.


Então, desde março, as informações indicam que há dois jornalistas moçambicanos desaparecidos.


A imprensa vem dando a conhecer que, ultimamente, ataques antigovernamentais de grupos insurgentes aumentaram na província de Cabo Delgado.


A reação do governo contra a insurgência tem tido como eleito colateral a violação de direitos humanos de muitos cidadãos, tanto por parte das forças armadas como da policia, de acordo com veículos locais de informação.


Em 14 de abril, soldados em Pemba, capital de Cabo Delgado, detiveram Izidine Acha, repórter da emissora de televisão local STV, por cerca de duas horas e o forçaram a excluir as imagens que havia feito das operações policiais e militares, disse o jornalista ao Comitê para a Proteção dos Jornalistas - CPJ, por mensagens.


No ano passado, também em Cabo Delgado, soldados prenderam o jornalista Amade Abubacar e mais tarde também o seu colega Germano Adriano, mantendo-os em prisão preventiva por três meses; eles continuam enfrentando processo judicial, de acordo com a pesquisa do CPJ.


E militares já tinham prendido anteriormente dois jornalistas investigativos, correspondentes de uma emissora privada sul-africana, enquanto cobriam ações de insurgência em Cabo delgado.


GRUPOS ARMADOS EXECUTARAM 52 JOVENS


Grupos armados, que têm protagonizado ataques na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, executaram 52 jovens no distrito de Muidumbe, segundo o porta-voz do comando-geral polícia moçambicana.


As execuções ocorreram em 08 de abril quando esses grupos armados tentavam recrutar para servi-los. “Os jovens ofereceram resistência por isso foram balearam mortalmente”, explicou o porta-voz da polícia.


Cabo Delgado, região onde avançam megaprojetos de extração de gás natural, vê-se a abraços com ataques de grupos armados classificados pelo governo como ameaça terrorista. As ações desses grupos são causaram cerca de 400 mortes, desde outubro de 2017.


As autoridade moçambicanas contabilizam 162 mil cidadãos afetados pela violência armada naquela província. No final de março, quando duas localidades foram invadidas, o grupo invasor destruiu várias infraestruturas e içou a sua bandeira num quartel das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique. Um alegado militante ‘jihadista’ justificou os ataques dizendo que o objetivo é impor uma lei islâmica na região.


(*) com agências

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