GOVERNO DE BOLSONARO PISCA PARA A ÁFRICA E ANUNCIA VISITA OFICIAL EM 2020

Segundo o Vice-Presidente do Brasil, Hamilton Mourão, no discurso de inauguração do Fórum Brasil África 2019, a primeira viagem oficial do governo brasileiro à África está marcada para Março de 2020.

N. Talapaxi S.

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13 novembro 2019

Hamilton Mourão, Vice-Presidente do governo brasileiro e o presidente do Instituto Brasil África (IBRAF), João Bosco Monte. Foto: Instituto Brasil África

O atual governo brasileiro, dirigido pelo Presidente Jair Bolsonaro, vai visitar oficialmente o continente africano no próximo ano, de acordo com o anuncio feito pelo Vice-Presidente do Brasil, general Hamilton Mourão, no Fórum Brasil África 2019, que decorreu nos dias 12 e 13 de Novembro, em São Paulo.

Segundo o “Número 2” do país sul-americano, no discurso de inauguração do Fórum em questão, a primeira viagem oficial do governo brasileiro à África está marcada para Março de 2020.

No entanto, Mourão não disse se a visita será encabeçada pelo próprio Chefe de Estado, o Presidente Jair Bolsonaro; nem citou que países serão visitados. Pela proximidade, no âmbito dos BRICS, é previsível que a África do Sul encabece a lista de alguns desses países. Interesses econômicos podem colocar também na lista o Marrocos, o Gana e a Nigéria.

Angola é também uma possibilidade a vislumbrar, mais na perspectiva de alguma necessidade de retomar a cooperação econômica do que de intercambio político ou cultural baseado no percurso histórico das relações subjacentes no campo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

Jair Bolsonaro, desde que tomou posse como Presidente da República, no início deste ano, cumprindo o seu discurso da campanha eleitoral, tem indicado que o seu governo prioriza os laços com os Estados Unidos e outros países desenvolvidos.

O presidente do Instituto Brasil África (IBRAF), João Bosco Monte, tinha em Novembro do ano passado, que Jair Bolsonaro, como futuro presidente do Brasil, não pode ignorar no seu Governo o “tremendo potencial” do continente africano.

Para João Bosco Monte “África não pode ser esquecida”. “O mundo todo olha para África. A Turquia, a China, os Estados Unidos, ainda que o Presidente Trump não a coloque na sua agenda, olham para África, porque tem uma agenda importante, que é a agenda do setor privado. As companhias mundiais já viram o tremendo potencial que é o continente africano. (…) São 54 países com necessidades de infraestruturas e investimentos muito grandes e o Brasil não pode ficar em contramão”. Tinha dito.

Durante a sua campanha eleitoral, Bolsonaro não mostrava inclinado a manter ligações estratégicas com países africanos e nem mesmo como o mercado comum constituído pelo Brasil e os seus vizinhos, o Mercosul.

No geral, a cooperação Sul-Sul não tem despertado tanto interesse do novo governo brasileiro, diferentemente dos governos das duas últimas décadas, dirigidos pelo Partido dos Trabalhadores (PT), liderado pelo ex presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Denúncias de corrupção nas relações entre o PT e governos de países africanos e sul americanos arranharam a cooperação e assombram as relações.