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“DIFÍCIL FALAR SOBRE UMA PESSOA QUE JULGA A OUTRA PELA COR DA PELE” - DIZ CAMPEÃO DO BBB 2020

  • Foto do escritor: TXV
    TXV
  • 2 de abr. de 2020
  • 3 min de leitura

RDD (*) - 02/Abril/2020

Com a precisão cirúrgica que só os médicos têm, ela levantou bandeiras, não teve medo de dar sua opinião e chegou à final do reality show - Big Brother Brasil 2020 (BBB 20) - como a favorita do público. A campeã conquistou R$ 1,5 milhão e se tornou referência para toda uma nova geração com muito brilho, maestria e carisma que só o samba é capaz de promover.

De palavra firme, ela falou ao Gshow-Rio de Janeiro de seus novos planos pessoais e profissionais, ao mesmo tempo em que se mostra preocupada com o mundo em quarentena por conta da pandemia do coronavírus. Eis alguns trechos da entrevista:


A INSCRIÇÃO NO BBB


Com rotina de plantões intensos em quatro hospitais, Thelma se inscreveu no reality show com o objetivo de ganhar o prêmio e garantir uma qualidade de vida. “Fui por causa do prêmio! Amo a minha profissão e é uma conquista que nunca ninguém vai me tirar. Mas eu estava entrando em um ciclo profissional que não me deixava refletir para onde estava indo. Literalmente vivendo para trabalhar e não trabalhando para viver”.


RACISMO E REPRESENTATIVIDADE


Para Thelma, o combate ao racismo é uma luta diária. “Difícil falar sobre uma pessoa que julga a outra pela cor da pele em pleno 2020... A melhor arma contra o racismo é exatamente o que eu fiz no programa. Levantar a bandeira, mostrar a nossa força e ocupar o nosso lugar de fala na sociedade. Para os racistas, vale lembrar que já conquistamos o nosso direito judicialmente”, ressalta ela.


Ao saber da torcida de famosos e anônimos, Thelma usa as palavras honra e responsabilidade para definir seus sentimentos. “Felicidade imensa de ser reconhecida por tantas pessoas que eu admiro e por outras que não conheço. Saber que existem jovens que olham para mim e que se inspiram em mim me motiva para fazer mais. Dá um frio na barriga porque não era a minha realidade há três meses. Quero ser o incentivo que mulheres pretas precisam para superar e vencer”, afirma a paulistana.


“Na minha época não era comum ver mulheres pretas como ícones de sucesso, força e beleza. Na minha adolescência, eu alisava os meus cabelos até queimar o couro cabeludo e fui vítima de um padrão. Hoje sinto a maior liberdade de ter o meu black power ou tranças. A causa da transição capilar é muito maior do que um cuidado com os cabelos. É sobre quem eu sou e a minha origem, de conseguir me enxergar sem qualquer tipo de vergonha”.


MÉDICA INFLUENCER


A anestesiologista Thelma se solidariza com os profissionais de saúde que estão na linha de frente do combate à doença. “Sei bem como é o dia a dia de um hospital. Se precisarem de mim para ajudar em uma força-tarefa, eu vou estar lá pelos pacientes e colegas”, afirma ela.


“Eu sempre trabalhei em centro cirúrgico com cirurgias eletivas, que neste momento estão suspensas. No meu grupo de trabalho, são 12 anestesistas e que devem ter tido o trabalho reduzido. Ou seja, o meu mercado de trabalho deve estar afetado também. Alguns profissionais devem estar sendo treinados para tratamentos específicos”, resume ela, que foi a única mulher negra da turma durante a faculdade.


“A medicina é a minha vida e nunca vou deixar de trabalhar com a profissão que eu escolhi. Aos poucos, vou retomar ao meu trabalho. Foi uma surpresa feliz ver que mais de 5,5 milhões de pessoas me seguem nas redes sociais. Não descarto a possibilidade de trabalhar com o público, de levar o empoderamento e representatividade. Não sou atriz e muito menos cantora, mas levar a minha mensagem de superação é gratificante”, afirma Thelma, que passou a ser agenciada pela empresa de entretenimento da cantora Preta Gil.


SONHO DA MATERNIDADE


Casada com o fotógrafo Denis Cord há quatro anos, ela sonha com a maternidade e faz planos para adotar e congelar os óvulos. “Já estou com 35 anos e chegando no limite, mas faço planos para ter meus bebês daqui a dois anos no máximo e vou entrar na fila da adoção também”, garante Thelma.


(*) Fonte: gshow.globo.com /// Parte da entrevista feita por Cristiane Rodrigues e Isabella Pinheiro (fotos), Gshow — Rio de Janeiro.

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