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BELGAS QUEREM DERRUBAR ESTÁTUAS DO REI LEOPOLDO II, GENOCIDA DE 10 MILHÕES DE NATIVOS NO CONGO

  • Foto do escritor: TXV
    TXV
  • 7 de jun. de 2020
  • 2 min de leitura

RDD(*) - 07/junho/2020


Leopoldo II reinou na Bélgica de 1865 a 1909 e foi responsável pela morte de milhões de africanos nas décadas em que foi o proprietário da única colônia particular da história, o território que atuamente é a República Democrática do Congo.


As estátuas, incluindo bustos, desse histórico colonizador estão espalhados por várias cidades da Bélgica. Elas viraram o alvo preferencial dos belgas que aderiram aos protestos pela morte do afro-norte-americano George Floyd por um policial branco.

A onda antirracismo deu novo impulso a campanhas que há anos tentam depor as imagens públicas desse monarca, por causa das atrocidades que protagonizou na África.

Na sexta-feira (05) uma estátua amanheceu desfigurada no jardim de um museu, em Tervuren, na Bélgica. Um dia antes, outras estátuas foram manchadas de tinta vermelha em Bruxelas, Halle, Oostende e Gante. Na noite de quarta, outra foi incendiada em Antuérpia. Na cidade de Ghent a cabeça da estátua apareceu vendada e amordaçada por uma faixa dizendo "Não consigo respirar", palavras finais de George Floyd, quando foi asfixiado.

"Não há estátuas de Hitler em pleno centro de Berlim; por que tenho que passar em frente a esse tirano todos os dias?", pergunta Simon Schoovaerts, uma das 47.164 pessoas que haviam assinado, até as 18h desta sexta, uma petição para tirar Leopoldo II das ruas.

O movimento pede a retirada das imagens até 30 de junho, quando a independência da República Democrática do Congo completa 60 anos. 120 mil pessoas de origem congolesa residem na Bélgica.

Leopoldo II assumiu o poder aos 30 anos determinado a transformar a Bélgica numa potência imperial. Sem conseguir empolgar os políticos que controlavam o governo, em 1885 persuadiu os EUA e as principais nações europeias a reconhecerem como sua propriedade pessoal uma vasta área da bacia do rio Congo.

"Em 23 anos, esse homem matou mais de 10 milhões de congoleses", diz o texto do abaixo-assinado que circula na Bélgica. Não há números precisos, mas as estimativas de demógrafos são dessa dimensão: de 1880 a 1920 metade dos cerca de 20 milhões de habitantes foi dizimada.

A independência da República Democrática do Congo veio em 1960 e seu nome atual foi adotado em 1964 (com um intervalo em que foi chamado de Zaire, de 1971 e 1997). O país é hoje o segundo maior da África em área e o quarto mais populoso, com cerca de 86 milhões de habitantes.

Apesar de ser considerado um dos países com mais recursos naturais e biodiversidade do mundo, está entre os menores índices de desenvolvimento humano e PIB per capita.

(*) Com Folhapress

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